Review Jensen C12N (parte 2) - Cozinhando Ions #12
- Guilherme Farias
- 22 de out. de 2018
- 3 min de leitura

Salve meus queridos!
Hoje na cozinha mais bem timbrada da vizinhança vamos colocar pingos no is e explicar como você, com um gráfico clássico de resposta de um auto falante, pode dar pitacos sobre os seus resultados sonoros e assim pré avalia-lo como uma boa aquisição ou não para o seu estilo musical.
Partiu finalizar a avaliação técnica desse menino clássico que é o auto-falante Jensen C12N.
Antes de começar a nossa análise, eu tenho que agradecer a Mult Comercial por conceder esse falante para que nós aqui da Ions, para que assim possamos trazer todas essas boas informações para você que está afim de alimentar seu ampli com auto-falantes de qualidade.
Link para acesso ao auto-falante no site da Mult Comercial:
https://loja.multcomercial.com.br/catalogsearch/result/?q=C12N
Agora vamos lá, partiu entender mais como funciona o datasheet de um auto-falante.
A primeira coisa que precisamos entender, é como efetivamente funciona o procedimento de teste de resposta em frequência de um auto-falante qualquer.
O negócio funciona resumidamente da seguinte forma:
Descole uma câmara anecoica
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_anecoica
Pendure o seu auto falante apenas pela área parafusável (deixando ele empurrar ar livremente, como se fosse uma grande caixa de open back).
Mire um microfone (desenhado para ter resposta flat), a exatamente 1m do centro do cone e faça passar pelo auto-falante um sweep de frequências de 20Hz à 20KHz.
Esse é um resumo de um teste padrão e clássico para mensuração e parametrização de curvas de resposta para um auto falante.

Exemplo de uma câmera anecoica (imagem retirada do site da Jensen).
Mas beleza, o que eu quero efetivamente é entender como olhar gráficos e avaliar se o falante bate mais ou menos com o que eu preciso como timbre.
Nós gráficos clássicos você vai ter duas curvas: Uma de "Sound Pressure", e o que raios significa isso?
Significa efetivamente a sensação de pressão sonora que o som daquele falante te passará a 1m de distância. É observando as curvas desse gráfico que você vai ver quais são os pacotes de frequência que o falante ameniza e quais ele privilegia.

Esse é o gráfico de resposta do falante Jensen C12N.
Reparem em alguns detalhes do gráfico acima... iniciando com as escalas tanto do eixo x quanto o do y (ambas estão em logaritmo).
Me dei ao luxo de fazer algumas linhas de destaque para apresentar alguns pontos interessantes de análise.
O primeiro ponto é, a pressão sonora só alcança seu valor médio ali próximo dos 90Hz, o que é razoavelmente normal, já que ai moram alguns dos primeiros graves efetivos de uma guitarra.
Logo mais no primeiro corte vertical temos a primeira queda de pressão sonora, e isso está entre 100 e 300 Hz, que se estende até 400Hz (o que é um médio-grave).
Até aqui você pode gerar um pitaco: Os graves são ok, e ele anda com cerca de -5dB nos médio-graves (o projeto privilegia os graves mais densos, mais decorrentes em baixos, e tira o pé em graves muito efetivos nas guitarras que são os médios-graves).
Isso justifica os graves "frouxos" descritos no site.
A partir dos 400Hz a curva volta a subir que vai até um pouco além dos 1000Hz, devolvendo a pressão sonora para a faixa dos +100dB e mostrando a força dos médios desse falante.
Aqui vem o segundo pitaco: A devolução de pressão nos médios garante a força do falante em garantir um timbre vintage (cheio de médios com boa pressão).
A seguir temos uma montanha russa com uma queda abrupta em algo entre 1K e 2K e depois um boost de pressão em 2KHz que segue alto até estabilizar lá para 5Khz.
Aqui vem o pitaco final: Esse falante entra firme nos médios-agudos e agudos para garantir bastante inteligibilidade e firmeza nesses pacotes de frequência.
O que é basicamente o grande ponto forte em questão de timbre nesse projeto, a definição dos médio-agudos e agudos.
A partir de 5Khz, as frequências já não são tão interessantes para uma guitarra, então pode-se ver uma queda crescente de pressão sonora.
Conclusões da cozinha
A avaliação da curva de pressão de um falante pelo seu datasheet serve para que criemos alguns preceitos sobre o projeto, mas não explica o timbre na sua plenitude, tanto porque isso vem de outros fatores técnicos da construção do mesmo.
Mas, saber o que significa uma curva de pressão e como interpreta-la para te ajudar na escolha do seu falante é uma ferramenta a mais para fazer a compra ideal, ou já chegar na loja com os meninos certos para o teste.
Na próxima visita a nossa cozinha de timbres, vamos bater de frente com outro auto falante que nós enche de alegria: O Cannabis Rex da Eminence.

Quem sou eu: Guilherme Farias, engenheiro elétrico, audiófilo e desenvolvedor de projetos na Ions Amplifiers e Mr Cut Custom Handmades.

































Comentários