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O poder dos amplificadores de baixa potência - Cozinhando Ions #4

  • Guilherme Farias
  • 3 de set. de 2018
  • 3 min de leitura

Salve povo! Hoje, no quarto artigo do blog mais gostoso que bolo de fubá da vó vamos conversar sobre um tema polêmico. Quantos watts são necessários para o famoso “alto suficiente”.

Hoje é dia de colocar no papel o que significam efetivamente esses tais Watts que você enxerga em todo amplificador.

Para começar bem, vamos definir algo simples aqui: Existem pelo menos umas 5 definições para potência, e acredite se quiser, a potência que aparece no seu liquidificador não pode ser interpretada da mesma maneira que a potência que está descrita no seu amplificador.

Pohhh, sério Gui?

Muito sério, e isso já coloca o nosso primeiro ensinamento do dia: Vamos distinguir qual é a potência descrita usualmente em aparelhos gerais, e qual é a potência útil para nós, músicos.

Num liquidificador, a potência elétrica do aparelho é convertida em torque (entra Joules, calor, atrito e lá vai.

No nosso amplificador a potência elétrica deve ser sempre que possível referenciada em dBs, (que apesar de não ser uma unidade de medida, é uma ótima unidade de comparação, e que nós músicos, tecnicamente entendemos mais).

Ninguém está interessado em quanto de calor o seu amplificador pode emitir, ou quantos cavalos ele representa de torque, chega desse negócio de pensar em Watts, pense em dBs.

Então, aqui entra o segundo ensinamento: Evite enunciar ou classificar amplificador por sua potência bruta, e comece daqui para frente, a pensar na conversão potência para intensidade sonora (porque é aqui que a bruxaria começa a aparecer, e muitos mitos começam a cair).

Já que a nossa curva de sensibilidade auditiva funciona em escala log, para termos variações lineares nas nossas contas, as comparações e contas com diferentes potências também rodam em escala logarítimica (lembrando que o que é uma grande diferença em contas lineares, fica pequeno com contas logarítimicas)...

Vamos fazer uma conta besta: Imaginando que nossos amplificadores convertem toda a sua potência elétrica em forma de potência acústica, e que a fórmula de intensidade sonora é dada por:

Então aqui entra a primeira batalha: Qual é a diferença em dBs entre um amplificador de 10W para um amplificador de 100W?

A experiência de muitos diz que é grande. As contas desmentem um pouco essa contestação, já que a diferença em dBs entre um amplificador de 100W e um de 10W é de apenas 10dB.

E 10dB seria o que? A mesma diferença de um sussuro a cerca de um metro (20dB) e o som dentro de uma biblioteca (30dB).

Agora o amplificador de 10W parece que ganhou poder de fogo né?

Uma coisa que eu sempre costumo repassar para clientes e amigos é: Não se preocupe apenas com quantos Watts tem o seu equipamento, olhe (e com bastante atenção), para a sensibilidade do seu falante... e caso você sinta a necessidade de mais “pressão”, adicione mais um falante na caixa.

Pensem comigo, vale mais a pena eu gastar multiplicando a potência do meu ampli por 10x (contando mais um bucado de válvulas, transformadores maiores e mais pesados e toda a engenharia de potência) e ganhar 10dBs, ou apenas adicionar mais um falante na conta e ganhar +3 dB, colocando na conta a sensibilidade de propagação dos mesmos (1)?

De uma maneira simplificada, a dobra de falantes (uma caixa 1x12 para um 2x12) é pareável com a diferença de um amplificador de 10W com a de um de 20W, só com o falante.

Mas perai. Então qual é a grande diferença de amplificadores de baixa e alta potência?

De uma maneira simples: Headroom.

Mas isso de headroom, é papo para um outro dia.

(1) Informação retirada do livro loudspeaker design cookbook do autor Vance Dickason

Quem sou eu: Guilherme Farias, engenheiro elétrico, audiófilo e desenvolvedor de projetos na Ions Amplifiers

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