O alto falante perfeito - Cozinhando Ions #2
- Guilherme Farias
- 15 de ago. de 2018
- 4 min de leitura

Salve povo! Hoje, no segundo texto do cozinhando ions, vamos conversar um pouco sobre o casamento amplificador + alto-falante e como isso pode ser o ponto chave para a busca do seu timbre.
Nada mais normal do que depois de admirar uma boa composição, perguntar-se coisas do tipo: Qual é o setup que esse artista usou? Rapidamente desencadeiam perguntas, como quais pedais, amp e guitarra a fera utilizou na gig.
Menos comum é nos atentarmos ao falante, ou a configuração de caixa utilizada. O que pra nós da Ions é um dos grandes pontos a serem observados numa receita de sucesso, simplesmente pelo fato de que o falante muitas vezes é a última e decisiva variável de filtro na cadeira de sinal.
O que eu quero dizer com isso?
Reflita aqui comigo, de nada adianta você produzir conteúdo de qualidade se a sua reprodução está te limitando de alguma forma?
E aqui entra uma das grandes sacadas na pesquisa de timbres: Nenhum alto falante agirá de maneira linear com todas as frequências (muito pelo contrário), cada um afetará o seu timbre com a introdução de respostas completamente não lineares, e acredite, isso faz parte da graça!
O alto falante é o tempero final do seu som!
Hoje vamos focar em falar apenas sobre alto-falantes, e em outra oportunidade eu coloco na panela variáveis como open back, close back e tudo mais...
A combinação amplificador e auto-falante é um casamento intrínseco e pessoal que deve ser estudado com cuidado (porque dificilmente você terá opções de falantes diferentes para combinar com gigs diferentes).
Para nós da Ions Amplifiers, essa é uma questão tão séria, que cada um dos nossos projetos possuem uma lista de auto falantes recomendados, para casar direitinho as pretensões do amplificador com o tempero do falante... tudo pelo timbre dos sonhos!
Não existe uma fórmula fechada para esses dois elementos, mas com a nossa experiência no assunto, criamos uma série de “macetes” para eliminar algumas opções na hora de trazer uma opção para um cliente da Ions, e é isso que pretendemos passar para você hoje!
#1 Defina um estilo
Caso você trabalhe com apenas um estilo musical, ou tenha uma linha de trabalho bem definida, é bem possível que você também tenha em mente que pacotes de frequência são mais influentes no seu som.
Por exemplo: De maneira bem generalista, para metal moderno, queremos um timbre scoopado (sem médios).
Então já temos uma característica a ser procurada: Falantes com boa resposta de graves e agudos.
E aqui eu falo boa resposta, nem em relação ao que é bom ou ruim acusticamente, mas com boa sensibilidade, e com respostas naturais que enalteçam essa faixa de frequência.
#2 Características técnicas do auto-falante
Timbre é um negócio único, assim como todos os elementos do seu set.
Assim, para escolher o falante certo, você deve ter o conhecimento mínimo sobre algumas variáveis que especificam o range dinâmico de um falante, sendo exemplo de algumas características notáveis:
Tamanho do falante (e como isso influencia o seu som).
Até que potência ele pode trabalhar.
Pressão sonora.
Ponto de “break up”.
Essas são variáveis que pouca gente leva em consideração na hora de adquirir ou testar um falante, e que no final das contas, revelam muito sobre como o seu auto falante vai se comportar sobre diferentes pressões sonoras, e se ele é suficiente para as suas futuras gigs.
Passando rapidamente por cada uma das características técnicas de um auto falante:
1. O tamanho do falante é uma maneira grosseira de você saber como o mesmo vai agir nos raios de frequência do sinal.
Tendo em vista que frequências graves necessitam de mais energia para serem dissipadas pelo espaço, falantes com mais polegadas, naturalmente favorecerão graves.
Sendo assim, se está faltando grave na sua combinação ampli + alto falante, as vezes um falante maior pode te resolver ;D
2. A potência de trabalho de um falante é algo que deve ser respeitado ao ponto da letra! Verifique a potência de saída do seu aparelho e alinhe-o para que o falante sempre tenha uma margem razoável de potência de sobra.
Melhor sobrar do que faltar...
3. A pressão sonora é uma das variáveis mais esquecidas pelo artista em geral, e no final das contas é a principal chave para que você tenha a famosa inteligibilidade auditiva (ou seja, as pessoas te escutarem, e entenderem o que você está transmitindo).
A pressão sonora não é um fator dependente apenas do auto falante mas sim do conjunto.
Para o alto falante, você deve se preocupar com alguns fatores, sendo eles a sensibilidade do imã (qual é a relação de transformação entre a amplitude de sinal enviada e a de sinal de áudio gerado), e a dispersão sonora (ângulos de ação vertical e horizontal do falante).
4. E você achando que a única coisa que “driva” são os seus pedais e amplificador...
Falante driva, e pode drivar muito bem! Digo mais, conheço poucas pessoas que sabem utilizar de maneira intencional o drive de um falante ao seu favor.
Existem regiões críticas (principalmente com boa pressão sonora), onde o falante perde sua característica linear e satura. Sabendo disso, use ou evite entrar nessa configuração.
Bônus da cozinha!
Não é todo mundo que fala sobre isso, mas falante muda (e pode mudar muito) a sua resposta em frequência conforme o tempo de uso!
Mas isso é papo para um outro dia.

Quem sou eu: Guilherme Farias, engenheiro elétrico, audiófilo e desenvolvedor de projetos na Ions Amplifiers

































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